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Mostra Brasília 61 celebra o cinema da capital da República
Cidade vocacionada para a sétima arte, a capital federal ganha em seu aniversário de 61 anos uma mostra de cinema inédita on-line, que reúne filmes de clássicos a inéditos. A Mostra Brasília 61 integra o Festival Gira Cultura DF, que acontece a partir desta quarta-feira (21), e é uma iniciativa do Audiovisual da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).
Ao longo dos cinco dias de mostra serão apresentadas quatro sessões, disponíveis para o público gratuitamente por 24 horas, sempre a partir das 20h
A mostra reúne uma diversidade de produções com temática relacionadas a Brasília e ao Distrito Federal. “Selecionamos filmes que revelam olhares sensíveis da contemporaneidade. Reunimos aqui um conjunto de olhares que nos ajudam a refletir sobre o futuro que desejamos construir para Brasília e para o Brasil”, resume o gerente e programador do Cine Brasília, Rodrigo Torres, que assina a curadoria da mostra com Newton Lima.
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Ao longo dos cinco dias de mostra serão apresentadas quatro sessões, disponíveis para o público gratuitamente por 24 horas, sempre a partir das 20h. A exceção será para o longa-metragem Dulcina. O documentário de Glória Teixeira sobre a grande diva do teatro brasileiro Dulcina de Moraes terá sua estreia nacional na mostra, com exibição somente às 20h de quarta-feira (21).
Dulcina não é a única personalidade com estrita ligação com a cidade homenageada a participar da mostra. Conceitualmente, já era um desejo dos curadores desenhar uma seleção que refletisse sobre a capital. “São filmes que falam de personalidades que ajudaram a construir a história cultural da cidade, como o curta-metragem O Risco do Artista, que conta a história de Darlan Rosa, e o longa Dulcina, que nos traz a trajetória da atriz na criação do teatro e da faculdade que foram batizados com o seu nome em Brasília”, detalha Newton.
Na segunda sessão da mostra, a curadoria optou por voltar aos primórdios da capital, com imagens históricas, mas, também, desafiando o espectador com exercícios de linguagem. “É uma sessão dedicada aos olhares contemporâneos sobre filmes produzidos no passado. Como essas obras são reativadas no presente?”, provoca Rodrigo Torres ao se referir a Amor & Desamor (1966), primeiro longa-metragem de ficção rodado em Brasília. “Este é um filme digitalizado recentemente, que nos aponta para a pertinência da preservação de nossa memória audiovisual”, acrescenta.
Nesta mesma sessão, constam dois curtas-metragens domésticos, provenientes de acervos particulares. A intenção, diz Rodrigo, era destacar os olhares amadores sobre a cidade, os pontos de vista não-institucionais e não-profissionais sobre a capital. “Acreditamos que estas visões são igualmente relevantes na construção do nosso imaginário simbólico sobre a capital. Perguntamo-nos também quais seriam os destinos destes importantes registros quando falamos de preservação da memória audiovisual”, justifica.
Diversidade
A Mostra Brasília 61 também exibirá o curta Filhas de Lavadeiras, da diretora Edileuza Penha de Souza, inspirada na obra homônima da escritora e pedagoga Maria Helena Vargas. O filme foi o vencedor na categoria melhor curta-documentário no festival É Tudo Verdade (maior competição não ficcional da América Latina) e traz relatos de mulheres negras e a história de resistência empreendida nas vidas particulares delas.
Já o documentário Entorno da Beleza (ganhador do Prêmio Conterrâneos de melhor documentário no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro de 2012) apresenta os bastidores dos concursos de miss realizado no Distrito Federal. A diretora Dácia Ibiapina lança um olhar particular para as belezas, contrastes e o cotidiano do Entorno do DF.
No último dia da mostra o público poderá assistir ao curta de ficção O Mistério da Carne, de Rafaela Camelo, que aborda o cotidiano de meninas de uma escola cristã tomadas por vaidade, desejos e pela sexualidade recém-descoberta. O filme foi selecionado para integrar a seção de curtas internacionais (International Narrative Short Films) do Festival de Sundance em 2019.
Junto com O Mistério da Carne, será exibido no último dia da mostra o longa-metragem Maria Luíza, do diretor Marcelo Diaz, depois de circular e conquistar prêmios em diversos festivais. Trata-se da história da personagem-título, que é a primeira militar reconhecida como transsexual na história das Forças Armadas no Brasil.
Mesas Gira
Idealizada pelo gerente do Cine Brasília, Rodrigo Torres, a Mostra Brasília 61 terá os debates ao vivo sendo transmitidos pelo Canal do YouTube da Secretaria. “Vamos debater o curta e o longa do dia anterior de forma a pensar o cinema como uma arte mobilizadora”, conta Rodrigo Torres. As mesas do Gira contam com convidados como a cineasta Glória Teixeira e a atriz Françoise Forton.
Programação
Dia 22, às 15h – Mesa Gira
Mostra Brasília 61 – Dulcina e Darlan
Debate com realizadores e convidados acerca dos processos de criação das obras documentais sobre duas ilustres personalidades de Brasília, Dulcina de Moraes e Darlan Rosa.
Mediação: Rodrigo Torres (Cine Brasília)
Debate sobre os filmes exibidos
Com Roberto Seabra (diretor de O Risco do Artista), Darlan Rosa (artista), Glória Teixeira (diretora do Dulcina), Françoise Forton e Úrsula Ramos (atrizes).
Dia 23, às 15h – Mesa Gira
Mostra Brasília 61 – Olhares Femininos no Cinema Documental.
Mediação: Érika Bauer (UnB)
Com Dácia Ibiapina (diretora de Entorno da Beleza), Ruth Maranhão (produtora executiva Filhas de Lavadeiras) e Ivonete dos Santos (atriz).
Dia 24, às 15h – Mesa Gira
Mostra Brasília 61 – Memória Audiovisual
Debate sobre a preservação da memória audiovisual do Distrito Federal. Análise do processo de digitalização do primeiro longa-metragem de ficção filmado na capital e sobre os destinos das produções de filmes domésticos
Mediação: Rodrigo Torres (Cine Brasília)
Com Rafael de Luna (professor da Universidade Federal Fluminense) e Lila Foster (pesquisadora da Universidade de Brasília).
Dia 25, às 15h – Mesa Gira
Mostra Brasília 61 – Cinema e gênero
Debate com os realizadores em torno da temática identidade de gênero.
Mediação: Tânia Montoro (UnB)
Com Rafaela Camelo (cineasta de Mistério da Carne), Marcelo Diaz (cineasta de Maria Luiza) e Maria Luiza (mulher militar da Aeronáutica).
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec)
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