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Morre Iris Rezende

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Morreu na madrugada desta terça-feira, 9 de novembro, aos 87 anos, o ex-governador, ex-prefeito e ex-deputado estadual Iris Rezende Machado (MDB). Ele estava internado em São Paulo, no hospital Vila Nova Star, tratando as complicações de um AVC que sofreu no início de agosto deste ano. O velório ocorre no Palácio das Esmeraldas e o enterro está previsto para às 17 horas desta terça-feira, 9, no Cemitério Santana. 

Iris nasceu em 22 de dezembro de 1933, na cidade de Cristianópolis. Antes de ser deputado, foi líder estudantil, chegando a ser presidente do Grêmio Literário Castro Alves da Escola Técnica de Campinas, e do Grêmio do Colégio Lyceu de Goiânia, nos anos 1950. No fim da década se elege o vereador mais votado da capital. Em 1962 deixa o mandato de vereador para ser candidato a deputado estadual.

Iris teve passagem destacada pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Foi deputado estadual (pelo então PSD, que seria extinto pela Ditadura Militar) na quinta Legislatura, de 1963-1967. Logo de início, foi líder do governo Mauro Borges, em 1963 e 64. No biênio seguinte foi eleito presidente da Assembleia. Na condição de presidente do Parlamento, em janeiro de 1965 comandou a eleição indireta do marechal Emílio Ribas Júnior a governador de Goiás, 1965-1966, e logo depois veio a cassação de Mauro Borges pela Ditadura Militar.

Concorrendo com o ex-governador José Ludovico, elegeu-se prefeito de Goiânia em 1965. Foi prefeito de 1965 a 1969, quando também foi cassado pela Ditadura Militar em 17 de outubro de 1969. Teve cassado seu mandato e seus direitos políticos suspensos por dez anos, pela Junta Militar que governava o país. Quando cassado, dedicou-se por dez anos à advocacia, como advogado criminalista, atuando no Serviço Jurídico Associado, com um grupo de colegas.

Já na redemocratização, foi eleito governador do Estado, pelo então PMDB em 1982, com dois terços dos votos válidos, na maior votação já alcançada por um candidato a governador, até hoje não superada. Em 1986, último ano de seu mandato de governador, afastou-se do governo para assumir o Ministério da Agricultura, nomeado que foi pelo então presidente José Sarney (PMDB).

Seria novamente eleito governador, em 1990. Governou de 1991 a 1994, quando se desincompatibilizou para candidatar-se ao Senado. Foi eleito senador em 1994 e licenciou-se do mandato para novamente virar ministro. Desta vez assumiu o Ministério da Justiça, na presidência de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). 

Iris reassumiu seu mandato de senador em 1998 e se candidatou ao governo de Goiás pelo PMDB, na eleição em que Marconi Perillo (PSDB) foi pela primeira vez eleito governador. Em 2002 ainda perderia uma eleição para o Senado e seria derrotado para governador novamente em 2010 e 2014.

Numa volta às origens, foi eleito mais três vezes prefeito de Goiânia. Em 2004, 2008 e 2016. Nos três mandatos de prefeito, deixou o cargo com altos índices de popularidade. Em 2020, último ano de seu mandato como prefeito, anunciou aposentadoria da política.

Homenagem

Em dezembro do ano passado, o Legislativo de Goiás promoveu sessão extraordinária especial em homenagem aos anos de vida pública de Iris Rezende, que experimentava seu último mês à frente da Prefeitura de Goiânia. A proposição da homenagem e entrega de Certificado de Reconhecimento Público ao então prefeito de Goiânia foi feita pelo presidente da Assembleia, deputado Lissauer Vieira (PSB). A condecoração foi uma forma de agradecer ao homenageado pela sua valorosa contribuição para o progresso de Goiás e, em especial, de Goiânia, e teve espaço no plenário Getulino Artiaga, ainda com restrições da pandemia da covid-19.

Ao subir ao Plenário para discursar em homenagem ao prefeito de Goiânia, Lissauer Vieira afirmou que o momento era de condecoração de “um homem que construiu uma biografia irretocável, cuja trajetória política é exemplo de retidão moral”, ressaltou.

O presidente do Parlamento abordou a trajetória de vida pessoal e profissional do prefeito de Goiânia. “Iris nasceu em 22 de dezembro de 1933, na pequenina cidade de Cristianópolis, no interior de Goiás. Filho de Filostro Machado Carneiro e dona Genoveva, mudou-se com a família para Goiânia em 1949, quando tinha 16 anos. Na capital, o moço de mãos calejadas que veio da roça e trabalhava na olaria do pai logo surpreendeu: tornou-se líder no movimento estudantil e presidiu os grêmios do Colégio Lyceu de Goiânia e da Escola Técnica de Campinas”, destacou.

Ao chegar ao final do mandato de prefeito, “Iris se recusou a concorrer a uma reeleição garantida devido à grandeza de suas realizações no Paço Municipal, anunciando o término de sua brilhante carreira na vida pública após 62 anos de grandes conquistas”, disse Lissauer.

O presidente do legislativo goiano disse na oportunidade que a escolha de Iris foi a de servir o povo goiano com dedicação e trabalho incansável. “O exímio gestor público, o político hábil e conciliador, o pai de família exemplar, o cidadão correto e trabalhador. Todas essas qualidades fazem de Iris a referência maior do patrimônio humano de Goiás. Um homem que, apesar de sua importância e dimensão, jamais deixou de ser humilde e atencioso, sempre solidário e com as mãos estendidas para quem precisa de ajuda”, encerrou.

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