Momentos eternizados

O Brasil e o mundo celebram neste 19 de agosto o Dia Mundial da Fotografia. As comemorações ocorrem em um cenário onde a arte de fotografar ganha, com o avançar dos anos, cada vez mais notoriedade. 

Em um mundo tomado pela era digital e em uma sociedade onde a comunicação acontece principalmente por meio de imagens, os registros se tornaram não apenas mais fáceis como também mais importantes. 

Enquanto alguns fazem da habilidade de fotografar seu ganha pão, outros a utilizam como hobby. Em um País de beleza natural inegável, diversas são as possibilidades de boas fotografias. Com isso, fotografar se torna uma arte ainda mais encantadora e instigante não apenas para os profissionais, mas também para os amadores.

Traduzir sentimentos e acontecimentos por meio das lentes não é tarefa fácil. Entre uns e outros, o modo de enxergar o mundo tem ganhado novas formas e até movimento. Antes, os registros precisavam de horas – na melhor das hipóteses – para, literalmente, se mostrarem revelados. Hoje, não apenas os registros como o compartilhamento de imagens ficaram à mera distância de um clique. 

Para a repórter fotográfica Denise Xavier, que integra o corpo de profissionais da Agência Assembleia de Notícias, essa data extrapola os limites do puro registro. “É também um momento de reflexão sobre a construção e o trabalho das centenas de profissionais que nos permitiram chegar até aqui”, argumenta. 

Isso porque o dia 19 de agosto, vale lembrar, marca, sobretudo, a data de apresentação pública do daguerreótipo na Academia de Ciências da França. O instrumento, desenvolvido pelos franceses Louis Daguerre e Nicéphore Niépce, capaz de produzir as primeiras capturas de imagens da história, foi apresentado no ano de 1839, em Paris.

O daguerreótipo era um dispositivo que fixava uma imagem em uma placa de cobre revestida com prata, expondo a placa a cristais de iodo. Com o tempo, a tecnologia foi substituída pela colotipia e foi evoluindo até chegar nas câmeras atuais do mercado.

“Fotografar para mim é algo extremamente gratificante. É imprimir na linha do tempo um momento único. É ilustrar para a nossa e, também, para as futuras gerações aquilo que amanhã será história”, acredita Denise Xavier.

De dentro para fora

Conhecendo a importância desse trabalho, o Poder Legislativo goiano buscou valorizar o leque de profissionais que integram o seu quadro. Nos últimos anos foram realizados investimentos em novos equipamentos, além da criação de mecanismos para incentivar e reconhecer a grandeza dessa atividade.

O Concurso Fotográfico Yocihar Maeda é exemplo disso. É sabido que o ano de 2020 trouxe mudanças de rotina para o mundo inteiro. Com o início da pandemia do novo coronavírus, a Alego buscou incentivar o olho criativo dos goianos através da arte, assim surgiu o concurso. 

Em sua primeira edição, em 2020, mais de 300 fotógrafos profissionais e amadores registraram suas perspectivas sobre a pandemia e concorreram a prêmios em dinheiro. Em 2021, a Diretoria de Comunicação repetiu a dose e o segundo concurso também reuniu centenas de participantes. O foco da mais recente edição mais uma vez recaiu sob os efeitos da pandemia, porém, com direcionamento para um dos setores mais impactados ao longo dos dois últimos anos: a educação.

Esse concurso é, inclusive, uma homenagem da Alego a um de seus servidores mais ilustres e queridos. Yocihar Maeda foi repórter fotográfico da Casa por 30 anos e faleceu vítima de um câncer, no dia 27 de janeiro de 2020. Mais do que fotografias, ele deixou seu legado de amor pelo trabalho, saudade entre os colegas e agora tem seu nome eternizado neste concurso. 

Em 9 de junho deste ano, a Alego se viu diante da triste missão de se despedir de mais um profissional da área. Valdir Araújo, conhecido nos corredores do Legislativo como ‘Seu Valdir’, partiu aos 58 anos. 

Ambos deixaram para os que ficaram muito mais que seus registros, mas também exemplos de humildade, companheirismo e amor ao próximo. O que se espera, em mais um ano de celebrações do Dia Mundial da Fotografia, é que essa data tenha, sobretudo, a função de rememorar aqueles que estiveram um dia por trás das lentes que nos permitem, hoje, enxergar o passado. 

Fonte: Assembleia Legislativa de GO