Economia

INDÚSTRIA: PIB cresce 0,9% no segundo trimestre e fecha semestre com alta de 3,7%

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Neste cenário, a atividade econômica do país opera 7,4% acima do patamar pré-pandemia e atinge o ponto mais alto da série

Na transição do primeiro para o segundo trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9% — é o oitavo resultado positivo consecutivo do indicador nessa comparação. O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, totalizou R$ 2,65 trilhões em valores correntes no trimestre que fechou em junho. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado hoje (1º) pelo IBGE.

Com esse resultado, houve avanço de 3,7% no primeiro semestre do ano. Neste cenário, a atividade econômica do país opera 7,4% acima do patamar pré-pandemia, referente ao quarto trimestre de 2019, e atinge o ponto mais alto da série. O segundo maior patamar é o do trimestre anterior, que registrou 1,8%.

A alta do segundo trimestre é explicada pelo bom desempenho da indústria (0,9%) e dos serviços (0,6%). Como as atividades de serviços respondem por cerca de 70% da economia do país, o resultado do setor influencia ainda mais a expansão do PIB. “O que puxou esse resultado dentro do setor de serviços foram os serviços financeiros, especialmente os seguros, como os de vida, de automóveis, de patrimônio e de risco financeiro”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

O setor de serviços está há 12 trimestres sem variações negativas e também se encontra no ponto mais alto da sua série. As atividades industriais ficaram no campo positivo pelo segundo trimestre seguido, após a variação de -0,2% nos últimos três meses do ano passado. A expansão do segundo trimestre está relacionada aos resultados positivos das indústrias extrativas (1,8%), da construção (0,7%), da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,4%) e das indústrias de transformação (0,3%).

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GRÁFICO — Patamar do PIB, na ótica da produção
Série encadeada com ajuste sazonal - Fonte: IBGE
Série encadeada com ajuste sazonal – Fonte: IBGE

Nas indústrias extrativas, o destaque é a extração de petróleo e gás e a de minério de ferro, produtos relacionados à exportação. A variação do segundo trimestre é a quinta seguida positiva do setor extrativo. A indústria como um todo segue acima do patamar pré-pandemia, mas não conseguiu superar o ponto mais alto da sua série histórica, alcançado no terceiro trimestre de 2013.

A agropecuária foi o único entre os três grandes setores da economia a apontar queda no trimestre (-0,9%). “Se olhamos o indicador interanual, vemos que a agropecuária é a atividade que mais cresce. O resultado é menor porque é comparado ao trimestre anterior, que teve um aumento expressivo. Isso aconteceu porque 60% da produção da soja é concentrada no primeiro trimestre”, analisa Rebeca. Com a diminuição do peso dessa cultura no segundo trimestre, aumenta a participação de outros produtos, como o café, que cresce menos que o principal produto agrícola do país.

CRESCIMENTO EM RELAÇÃO A 2022 — Frente ao segundo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,4%. Nessa mesma comparação, a agropecuária cresceu 17%, o melhor resultado entre os setores. Esta alta está relacionada ao bom desempenho de alguns produtos como a soja, o milho, o algodão e o café. As estimativas da pecuária também contribuíram com o resultado.

Já a indústria cresceu 1,5%, com destaque para as indústrias extrativas (8,8%), que se beneficiaram do aumento na extração de petróleo e gás e de minérios ferrosos. Na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (4,8%), o impacto veio do consumo residencial de energia favorecido pela melhora nas bandeiras tarifárias.

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CONSUMO DAS FAMÍLIAS — O consumo das famílias avançou 0,9% no segundo trimestre. É a maior alta desde o mesmo período do ano de 2022 (1,6%). “Do lado positivo, o mercado de trabalho vem melhorando constantemente, há o crescimento do crédito e várias medidas governamentais como incentivos fiscais, vide redução de preços de automóveis, e os reajustes nos programas de transferência de renda, notadamente o Bolsa Família”, detalha Rebeca. “Por outro lado, os juros seguem altos, o que dificulta o consumo de bens duráveis, e as famílias seguem endividadas porque, apesar do programa de renegociação de dívidas, elas levam um tempo para se recuperar”, frisou.

Também na comparação ao trimestre anterior, o consumo do governo cresceu 0,7% — quarto resultado positivo seguido. Quanto aos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), o cenário foi de estabilidade (0,1%). A taxa de investimento foi de 17,2% do PIB, inferior à do mesmo período de 2022 (18,3%). Esse indicador representa a parcela de investimentos no total da produção de bens e serviços finais produzidos no país.

No mesmo período, a taxa de poupança também caiu: passou de 18,4%, no segundo trimestre do ano passado, para 16,9% no mesmo período deste ano. “Esse resultado era esperado e já acontece desde o primeiro trimestre. Durante a pandemia, houve aumento porque as famílias de maior renda, por não poderem consumir certos serviços, pouparam esse dinheiro excedente. Com a normalização da demanda e oferta dos serviços, a taxa de poupança caiu”, explica.

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