Cidades
IBGE: população brasileira começará a diminuir em 2024
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (22) suas projeções populacionais, revelando que a população brasileira começará a diminuir a partir de 2042. De acordo com as previsões, o Brasil atingirá seu pico populacional de 220,43 milhões de habitantes em 2041.
O IBGE projeta que a taxa de crescimento populacional, estimada em cerca de 0,4% para 2024, diminuirá gradativamente até 2041. Após esse período, a taxa de declínio populacional deve crescer de forma lenta, aproximando-se de 0,7% ao ano em 2070, quando o país deverá ter aproximadamente 199,23 milhões de habitantes.
Marcio Minamiguchi, pesquisador do IBGE, explica que “no início dos anos 2000, a taxa de crescimento populacional estava acima de 1%. Agora, estamos quase zerando esse crescimento. No Brasil, isso ocorre principalmente devido ao saldo entre nascimentos e mortes. Em 2042, o número de óbitos começará a superar o número de nascimentos.”
Ainda nesta década, três estados devem começar a registrar perdas populacionais: Alagoas e Rio Grande do Sul em 2027 e Rio de Janeiro em 2028. Por outro lado, Roraima e Santa Catarina devem continuar a crescer até a década de 2060, com Mato Grosso projetado para continuar em crescimento até pelo menos 2070.
A nova previsão do IBGE contrasta com a projeção anterior de 2020, que indicava que a população brasileira começaria a declinar somente em 2048, após atingir 233,23 milhões de habitantes em 2047, quase 13 milhões a mais e seis anos depois do que a nova estimativa.
As atuais projeções foram elaboradas com base em dados dos censos de 2000, 2010 e 2022, bem como na Pesquisa de Pós-Enumeração do Censo (PPE) e nos registros de nascimento, óbitos e migração pós-pandemia. A população brasileira era estimada em 210.862.983 em 1º de julho de 2022, um ajuste de 3,9% em relação aos 203 milhões inicialmente calculados pelo Censo 2022.
Fecundidade e Maternidade
A diminuição da população está ligada à redução na taxa de fecundidade das mulheres brasileiras. Em 2023, a taxa de fecundidade caiu para 1,57 filhos por mulher, bem abaixo da taxa de reposição populacional considerada ideal (2,1 filhos por mulher). Em 2000, a taxa era de 2,32 filhos por mulher, mas caiu para 1,75 em 2010 e 1,66 em 2020.
Em 2000, a taxa de fecundidade era superior à de reposição apenas na região Sudeste. Em 2015, a região Norte ainda mantinha uma taxa acima da média, mas em 2020, nenhuma região estava acima da taxa de reposição.
Marla França, pesquisadora do IBGE, ressalta que a queda na taxa de fecundidade começou na década de 1960, quando era de 6,28 filhos por mulher. Atualmente, apenas Roraima mantém uma taxa de fecundidade acima do nível de reposição, com 2,26 filhos por mulher, enquanto o Rio de Janeiro apresenta a menor taxa, com 1,39 filhos.
A taxa de fecundidade é esperada para continuar a cair até 2041, atingindo 1,44 filho por mulher, com um ligeiro aumento previsto até 2070, chegando a 1,5 filhos. O número de nascimentos anuais, que era de 3,6 milhões em 2000, caiu para 2,6 milhões em 2022 e deve chegar a 1,5 milhão em 2070.
As novas projeções também indicam um aumento na idade média da maternidade. Em 2000, a média era de 25,3 anos, e em 2020 subiu para 27,7 anos, com previsão de alcançar 31,3 anos em 2070. Luciene Longo, pesquisadora do IBGE, observa que “a fecundidade está envelhecendo, com a maioria das mulheres tendo filhos entre 25 e 29 anos, refletindo o adiamento da maternidade.”
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