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IBGE estima safra de 261,4 milhões de toneladas em 2022

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou em 261,4 milhões de toneladas a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2022. Foi o que apontou o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), de junho, divulgado hoje (07) pelo órgão. Embora o valor seja 3,2% ou 8,2 milhões de toneladas a mais que a safra de 2021 que ficou em 253,2 milhões, o índice é 0,6% abaixo da estimativa de maio ou 1,5 milhão.

A área a ser colhida atinge 72,5 milhões de hectares, o que significa alta de 5,8% ou 4 milhões de hectares na comparação com o resultado do ano passado. Em relação à projeção de maio, representa crescimento de cerca de 209,4 mil hectares ou 0,3%. Os três principais produtos da pesquisa, o arroz, o milho e a soja somados, equivalem a 91,7% da estimativa da produção e respondem por 87,5% da área a ser colhida.

Arroz

A produção do arroz deve chegar a 10,7 milhões de toneladas. O valor significa queda de 2,2% na área e diminuição de 8,1% para a produção do arroz em casca.

Soja

Para a soja, principal commodity do país, a estimativa é queda de 0,5% em relação à do mês anterior. A produção nacional deve somar 118,0 milhões de toneladas, uma queda de 12,6% na comparação com 2021. De acordo com o gerente da pesquisa, Carlos Barradas, a safra sofreu impacto de efeitos climáticos. “Foi marcada por efeitos climáticos adversos, com registro de forte estiagem durante o desenvolvimento da cultura nos estados do centro-sul do país”, observou.

Milho

A estimativa de produção de milho indicou 111,2 milhões de toneladas. Mesmo representando recuo de 0,8% se comparada à projeção anterior, o volume apontou crescimento de 26,7% na comparação com o ano passado, ou 23,4 milhões de toneladas a mais.

“Após uma forte queda na produção, em 2021, efeitos do atraso do plantio e da falta de chuvas nos principais locais produtores, aguarda-se um ano dentro da normalidade climática, notadamente durante a época de segunda safra, que é a principal e deve responder por 76,8% da produção brasileira”, completou o gerente, acrescentando que com esta estimativa, deve ser recorde a produção nacional de milho em 2022.

Trigo

O trigo, que é um dos principais cereais de inverno do país, tem produção estimada de 8,9 milhões de toneladas. O número representa redução de 0,2% na comparação com o mês anterior. No entanto, em relação a 2021 é uma elevação 13,4%. O rendimento médio deve alcançar 3.139 kg/ha, crescimento de 11,6%. Barradas disse que a alta da produção de trigo tem relação com preços do produto, que subiram por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia. Os dois países são grandes produtores e exportadores do cereal. “A produção nacional aumentou, com a Região Sul respondendo por 89,8% da produção tritícola do Brasil em 2022”, contou.

Regiões

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em junho aumentou em quatro regiões do país na comparação com 2021. Na Centro-Oeste sobe 10,7%, na Norte 5,5%, na Sudeste 13,3%, e na Nordeste 11%. Apenas o Sul registrou queda, de 14%.

Estados

Entre as unidades da federação, Tocantins ( 35,9 mil toneladas), em Rondônia ( 25 mil t.), no Acre (10,5 mil t.), no Ceará ( 9,5 mil t.) se destacaram com altas em relação a maio. Em movimento de queda estão Paraná ( 587,4 mil t.), Goiás ( 420,1 mil t.), Minas Gerais ( 287,2 mil t.) e Mato Grosso do Sul ( 266,5 mil t.).

O maior produtor nacional de grãos é o Mato Grosso, com participação de 30,3%, seguido pelo Paraná (13,8%), Goiás (10,6%), Rio Grande do Sul (9,4%), Mato Grosso do Sul (8,2%) e Minas Gerais ( 6,7%). Juntos representaram 79,0% do total nacional.

Produção Agrícola

Segundo o IBGE, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola foi implantado em novembro de 1972 para atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais. A pesquisa disponibiliza estimativas das áreas, plantada e colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país.

“Ele permite não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, no ano civil de referência, como também o prognóstico da safra do ano seguinte, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro”, informou.

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: EBC Economia

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