Nacional
Governo gastou R$ 125 milhões em Tamiflu, remédio sem comprovação contra a Covid
O Ministério da Saúde gastou cerca de R$ 125 milhões com o medicamento Tamiflu, que combate os efeitos da gripe, mas não tem eficácia comprovada contra a Covid-19. A pasta do governo federal comprou 28 milhões de cápsulas e pagou até R$ 5,33 por dose. Antes da pandemia, o valor de cada cápsula do medicamento era de R$ 4, uma alta, portanto, de 33,2%. A informação foi publicada pelo jornal ‘Folha de S. Paulo’.
Após a compra, o ministério incluiu o Tamiflu na nota informativa com orientações para o chamado ‘tratamento precoce’. A droga está ao lado de cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina, todas elas sem eficácia comprovada para Covid-19. A justificativa foi de que o medicamento iria reduzir a taxa de internação das pessoas em decorrência da doença.
Segundo uma nota informativa do Ministério da Saúde do dia 30 de julho de 2020, o Tamiflu deve ser recomendado para crianças com sintomas leves, moderados e graves, com o propósito de “exclusão de influenza”.
Outros protocolos do Ministério da Saúde recomendam o Tamiflu para gestantes com gripe e para pacientes com síndromes respiratórias até que um teste aponte infecção pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).
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Processo de compra
Segundo dados da reportagem da Folha, em 2019, ainda antes da pandemia, o Ministério da Saúde firmou uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a produção de 7,2 milhões de cápsulas de tamiflu, de 75 mg. O custo de cada cápsula ficou em R$ 4. O valor total, em R$ 28,8 milhões. A maior parte do medicamento foi entregue entre março e setembro de 2020.
Em maio de 2020, o Ministério da Saúde assinou um contrato com a ‘Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos’, para a compra de mais 5 milhões de cápsulas do medicamento. O valor individual foi de R$ 5,33, e o custo total de R$ 26,65 milhões.
Em julho de 2020, o governo abriu uma terceira ação para comprar o Tamiflu. Em ofício à Fiocruz, o secretário de Ciência e Insumos Estratégicos do ministério, Hélio Angotti Neto, encomendou 2,5 milhões de cápsulas de 30 mg, 2,35 milhões de 45 mg e 11 milhões de 75 mg.
Em nota enviada à reportagem, a Fiocruz confirmou a produção para o governo e ressaltou que o remédio pode ser usado para casos de gripe comum. “É importante ressaltar que o medicamento é indicado para tratamento de Influenza A (H1N1) em adultos e crianças com idade superior a 1 ano de idade”.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde justificou a compra do medicamento. “A partir de 2020, no contexto da pandemia, houve forte demanda por esse medicamento, pelos entes federados. Assim, ao atuar no tratamento dos casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave causada pela influenza, esse medicamento tem contribuído para evitar o aumento de doenças respiratórias e sobrecarga do sistema de saúde”, afirmou a pasta.
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