Política
Espaço Cora Coralina na Alego
A exposição “Cora Coralina: sou Paranaíba pra cá”, inaugurada nesta manhã, 17, seguiu movimentando as dependências da Alego durante todo o período da tarde. Cerca de 70 estudantes do ensino médio do Colégio Estadual Jardim América, de Goiânia, vieram prestigiar o espaço da mostra e as demais atividades do evento. Duas rodas de conversa marcaram a continuidade da programação de hoje.
A primeira foi conduzida pela professora Maria Aparecida de Barros, da Universidade Estadual de Goiás (UEG). “A cidade na poética de Cora” foi o tema em debate. Doutora em Estudos Literários, a palestrante enaltece a beleza da escrita legada pela poetisa goiana. “Falar de Cora é quase uma necessidade, porque ela escreve uma poesia que toca a nossa alma. Uma poesia que fala do cotidiano e do amor incondicional que ela sente pela cidade, em especial pelos seus habitantes mais marginalizados. Os que vivem nos becos, os excluídos, os invisíveis do ponto de vista social”.
Com isso, Barros ressalta a importância da obra de Cora para o processo de formação humana e cidadã. “Por meio de Cora nós entramos em contato, muitas vezes, com experiências que não temos, com realidades que passamos a conhecer e compreender a partir do olhar que ela nos propicia”. Ela termina citando um pensamento do crítico literário Antonio Candido. “É a literatura que nos humaniza e a de Cora cumpre muito bem esse papel”.
Cassira França, professora de Educação Física, esteve acompanhando os estudantes, na ocasião. Complementando a fala de Barros, ela também destacou a importância da homenageada para o processo de aprendizagem. “Interessante para os alunos conhecerem a cultura local, que, infelizmente, não conhecemos tão bem. Falar sobre a vida de Cora é muito legal porque a gente acaba conhecendo um pouco a história de Goiás e a história da participação das mulheres na formação cultural do estado”, ponderou.
As falas de ambas as professoras corroboram com os objetivos do evento, que foi concebido pela seção de Atividades Culturais da Alego. Isso porque, segundo a organização, o Espaço Cora Coralina visa, em primeiro momento, incentivar a leitura, valorizar a produção literária goiana, bem como garantir o acesso da população a atividades culturais gratuitas.
De forma mais ampla, a atividade busca, a partir da parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), construir e fortalecer o senso de pertencimento social e o espaço institucional do Parlamento goiano. A expectativa de ambas as instituições é de garantir uma circulação diária de 160 jovens e adultos estudantes ao longo da programação do evento.
Amanhã, quinta-feira, 18, as atividades começam logo às 8h30, com a exibição do filme “Cora Coralina, todas as Vidas”, do cineasta Renato Barbieri. Na sequência, o diretor participará de videoconferência com o público presente. A programação será realizada no auditório 2 da Casa de Leis.
“Nunca te vi, sempre te amei”
A programação da tarde contou, ainda, com um bate-papo mediado pela diretora do Centro de Memória e Informação da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), Luziana Lessa. Parceira do evento, a instituição é responsável pela idealização e curadoria da exposição “Nunca te vi, sempre te amei”, que segue aberta para visitação até o dia 26. A mostra, montada no saguão do Palácio Maguito Vilela, inclui canto de leitura, reproduções de manuscritos e objetos da poetisa, hoje expostos no Museu Casa de Cora, localizado na cidade de Goiás.
Lessa explica que a exposição surge a partir da descoberta de correspondências trocadas entre Cora Coralina e Carlos Drummond de Andrade, outro renomado poeta brasileiro. Ela comenta que o evento se deu em meados de 1979, por provocação inicial desse último. “Eles nunca se conheceram pessoalmente, mas o artigo publicado por Drummond em homenagem a Cora ganhou grande repercussão e tendo papel de destaque na divulgação da obra da poetisa goiana”, sublinhou.
Segundo a diretora, a correspondência entre ambos os poetas se deu quase dez anos após a publicação do primeiro livro de Cora. “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais” foi escrito quando a poetisa tinha, então, 75 anos de idade.
Idealizada pela FCRB, instituição pública ligada à Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo, a exposição foi realizada em agosto de 2021 na sede da fundação, no Rio de Janeiro. Agora, chega a Goiás por meio de uma parceria com a Alego, justo na semana que antecede o aniversário de Cora Coralina, celebrado em 20 de agosto. Se estivesse viva, a poetisa completaria 133 anos de idade.
Cora Coralina, batizada Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu em 1889, na Casa Velha da Ponte, em Goiás, e faleceu em 10 de abril de 1985, aos 95 anos, em Goiânia. A residência que tão bem lhe acolheu e que foi lembrada em poemas, hoje abriga o museu que leva o nome e guarda objetos e memórias da ilustre poetisa goiana.
Fonte: Assembleia Legislativa de GO
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