Nacional
Covid-19: enterros em Manaus aumentam 84% em apenas um mês
O número de enterros realizados em Manaus nos cinco primeiros dias de janeiro disparou 84% na comparação com o mesmo período de dezembro. Os dados foram compilados pelo globo com base em relatórios divulgados pela Prefeitura de Manaus. Segundo autoridades locais, a cidade vive uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2).
De acordo com o levantamento feito pelo GLOBO, entre os dias 1º e 5 de dezembro de 2020, foram realizados 197 sepultamentos em cemitérios de Manaus, o que corresponde a uma média diária de 39,4.
Nos cinco primeiros dias de janeiro, foram registrados 363 enterros , o que dá uma média de 72,6 sepultamentos por dia. O crescimento é de 84,2% . No dia cinco de janeiro, ainda segundo a Prefeitura de Manaus, foram registrados 91 enterros.
Esse número ainda é menor do que o pico registrado durante a chamada primeira onda da Covid-19 em Manaus. Uma das cidades mais afetadas pela epidemia, Manaus chegou a registrar 140 sepultamentos em apenas um dia no final de abril.
Mesmo assim, o crescimento no número de enterros na cidade vem causando preocupações junto às autoridades locais. Na terça-feira, o recém-empossado prefeito de Manaus, David Almeida ( Avante ), anunciou a abertura, em caráter emergencial, de seis mil covas novas em cemitérios da capital.
Na segunda-feira, Almeida também decretou estado de emergência por 180 dias em decorrência do aumento no número de casos de Covid-19 na cidade. O decreto permite que a Prefeitura faça contratações emergenciais de produtos e serviços para atender à demanda gerada pela epidemia.
Além do aumento no número de enterros, Manaus vem sofrendo com o crescimento acelerado nas taxas de internações tanto na rede pública quanto privada por conta do aumento no número de casos de Covid-19.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas na terça-feira, o número de internações vem crescendo aceleradamente desde a segunda quinzena de dezembro.
No dia 4 de dezembro, foi registrado um recorde no número de internações por Covid-19 no estado: 183. O maior número até então havia sido registrado em maio de 2020.
Outro dado que preocupa as autoridades locais é a taxa de ocupação de leitos disponíveis para a Covid-19. Segundo o boletim epidemiológico, 88% dos leitos de UTI para Covid-19 nas redes pública e privada estão ocupados. Na rede privada, a ocupação dos leitos chega a 98%.
Na terça-feira (5), o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, anunciou a suspensão das cirurgias eletivas para abrir espaço nos hospitais públicos para pacientes com Covid-19.
Além disso, o governo federal iria entregar nesta quarta-feira (6) uma carga de 78 respiradores para equiparem novos leitos de UTI que deverão ser abertos nos próximos dias.
Segundo ele, o estado espera um novo pico de casos e internações causados pela Covid-19 entre os dias 13 e 15 de janeiro.
Também na segunda-feira (4), o governo do estado atendeu a uma determinação da Justiça e decretou a suspensão de atividades não-essenciais como forma de frear o avanço da doença.
Durante o auge da epidemia no primeiro semestre, imagens de enterros coletivos e dezenas de covas abertas em Manaus chocaram o Brasil e o mundo.
O sistema de saúde local chegou próximo do colapso , com hospitais lotados e obrigou as autoridades a contratarem contêineres frigoríficos para acomodar os corpos de mortos pela epidemia.
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