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Corpo de Bombeiros resgata balsa de 20 toneladas do fundo do Rio Formoso
Corpo de Bombeiros resgata balsa de 20 toneladas do fundo do Rio Formoso
22/03/2021 – Luiz Henrique Machado/Governo do Tocantins
Em sua maior operação de resgate de bem, o Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO), por meio da Companhia Independente de Busca e Salvamento (CIBS), devolveu ao dono uma balsa que estava naufragada no fundo do Rio Formoso. O trabalho durou sete dias e consumiu uma média de 12 cilindros de ar comprimido, diariamente.
A ação ocorreu na divisa dos municípios de Dueré e Formoso do Araguaia, onde o fluxo de água é maior, além de profundo, já que no Rio Formoso as àguas podem chegar a quase oito metros de profundidade. Para amarrar os cabos de aço ligados aos tambores nas alças da balsa, os bombeiros militares precisaram mergulhar cerca de 320 vezes.
O capitão Raphael Menezes, comandante da CIBS, foi também quem liderou a missão, contando com outros cinco bombeiros, sendo quatro mergulhadores: o 1º sargento Fred Moreira Nascente, os soldados Judáh Ben Hur, Alex Bezerra Barros, Alexandre Velasco e Samuel Pacheco Morais Filho.
O naufrágio pode ter relação com o desgaste do casco da balsa, que aos poucos se enferrujou e permitiu a infiltração, levando a embarcação para o fundo da água. O equipamento era usado na travessia de veículos e precisou ser içado por quatro tambores de mil litros e 10 de 200 litros.
“A gente enchia cada tambor com água, descia ele até a balsa e depois esvaziava ao tempo em que eles recebiam ar. Nisso, nós amarrávamos os cabos de aço neles e na balsa para trazê-la para a superfície”, contou o capitão Raphael Menezes.
A embarcação estava no meio do Rio Formoso, a cerca de 70 metros da margem. Além do desafio de vencer a visibilidade zero, havia outro fator: a forte correnteza no local. “Foi o que mais nos deu trabalho”, afirmou Raphael Menezes.
“E a questão não era só levantar a balsa, mas também trazê-la para a margem”, relatou o capitão, que precisou, com os demais bombeiros, engatar um correntão de 1,2 mil kg na balsa para que ela fosse puxada por três máquinas.
“Tivemos que carregar o correntão debaixo da água até engatar na balsa”, frisou Raphael Menezes.
Apesar de todo o desafio, o capitão afirmou que “para os bombeiros militares essa foi uma experiência única”. “A gente pode até afirmar que essa operação equivale a um curso específico”, destacou.
O trabalho foi concluído dia 17. As emendas dos cabos não estavam suportando o peso da balsa, fazendo com que a missão demorasse mais tempo. “As emendas eram feitas com braçadeiras, mas algumas não aguentavam e estouravam quando nós fazíamos o tracionamento para içar a balsa”, destacou Raphael Menezes.
Tamanho era o peso da embarcação, que os mergulhadores conseguiram levantá-la apenas dois palmos do chão, medida suficiente para as máquinas a arrastarem até a margem praticamente de uma só vez.
Fora da água, a balsa deverá ser restaurada para voltar ao trabalho de travessia de veículos de uma margem a outra.
Edição: Thâmara Cruvinel
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