Educação
Com a educação que a gente vai ser um país de primeiro mundo diz Lula
com base no investimento na educação que a gente pode ter a certeza de que este país vai chegar a ser um país de primeiro mundo, desenvolvido, de uma sociedade composta em sua maioria de gente de classe média”. A frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça (12/3), em cerimônia no Palácio do Planalto, traduz a importância que o Governo Federal atribui ao anúncio da construção de mais 100 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia em todo o país. Por meio de recursos do Novo PAC, serão R$ 3,9 bilhões para a construção de novas unidades e melhorias nas já existentes.
Quando a gente fala em investimento em educação, é porque uma profissão dá ao homem e a uma mulher um status de cidadania que, sem educação, a gente não conquista” Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“Quando a gente fala em investimento em educação, é porque uma profissão dá ao homem e a uma mulher um status de cidadania que, sem educação, a gente não conquista”, sintetizou o presidente, acompanhado de ministros, parlamentares, especialistas da área e estudantes.
A criação dos novos institutos vai gerar 140 mil novas vagas, com maioria em cursos técnicos integrados ao ensino médio. Do orçamento total, R$ 2,5 bilhões são para novos campi e R$ 1,4 bilhão para consolidar unidades já existentes, com construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.
“Onde não tem restaurante para o aluno, vamos fazer restaurante. Onde não tem laboratório para determinado curso, vamos fazer, e cada reitor está dialogando com o MEC para colocar as suas necessidades e prioridades”, explicou o ministro Camilo Santana (Educação), durante a apresentação do projeto.
EDUCAÇÃO TÉCNICA – Segundo o ministro, os novos Institutos Federais terão reserva de vagas ampliadas para as matrículas de educação técnica. “A Lei define que cada unidade deve ofertar pelo menos 50% das vagas em matrículas de educação técnica e profissional. Esses novos 100 IFs terão, no mínimo, 80% das matrículas de ensino técnico e profissionalizante.”
META É MIL – Atualmente, há 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Com os novos 100 campi, a Rede Federal passa a contar com 782 unidades. Para o presidente Lula, contudo, a marca de 782 ainda não é suficiente. “Nós temos uma meta: marcar mil gols. E os nossos mil gols vão ser construir mil Institutos Federais neste país para a gente resolver, definitivamente, o problema da educação”, ressaltou Lula.
OPORTUNIDADES — Retrato da perspectiva defendida pelo presidente Lula, a estudante Mariza Cajado, de 16 anos, aluna do Instituto Federal de São Sebastião (DF), afirmou que o campus que frequenta faz grande diferença na trajetória dela. “Esses novos institutos vão trazer a chance de as pessoas sonharem seus futuros, assim como eu sonho o meu, com uma universidade pública. A gente vai conseguir sonhos maiores”, disse a jovem.
ÚNICO – Reitor do Instituto Federal Goiano e presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Elias Monteiro afirmou que essa é a maior e mais bem sucedida política em educação que o país já viu e um modelo único no mundo, que tem sido cada vez mais referenciado. “O lançamento de 100 novos campi representa a retomada de um projeto de país que acredita e aposta em uma educação que transmuta a realidade e que impacta profundamente regiões”, destacou o reitor, ao se orgulhar de serem mais de 1,5 milhão de estudantes e mais de 80 mil servidores em todas as regiões do país.
TRANSFORMAÇÃO – A prefeita da cidade pernambucana de Bezerros, Lucielle Laurentino, demonstrou o sentimento de expectativa pela entrega anunciada em sua cidade. “Tenho orgulho de dizer que muitos outros jovens terão oportunidade, através do nosso IF, de transformar as suas vidas e as suas cidades. Tenho certeza de que os outros prefeitos garantirão que as suas cidades sejam transformadas. Aquele que acredita na educação enche o coração de esperança.
RETOMADA — O programa de expansão dos IFs marca a retomada de investimentos na criação de novas unidades no Brasil, quase 10 anos após a última expansão estruturada da Rede Federal. Também celebra uma política que permitiu que a educação pública de qualidade chegasse às localidades mais distantes, tornando-se uma das redes mais capilarizadas na oferta de cursos técnicos, superiores e de pós-graduação. “Os Institutos Federais são umas das mais exitosas políticas públicas de educação nesse país”, disse.
CONEXÃO – Camilo Santana pontuou ainda três outras ações importantes e correlatas para a educação no Brasil: o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, Escola em Tempo Integral e o Programa Pé-de-Meia. “Nós temos um desafio enorme, a política de conectividade, nós queremos uma escola em que os jovens e as crianças tenham vontade de ir. Uma escola que seja acolhedora, que dê oportunidade. E somos uma rede que precisa do regime de colaboração com estados, municípios e a União”.
HISTÓRICO – Em 29 de dezembro de 2008, o então presidente Lula sancionou a lei que criou 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Até 2002, o Brasil tinha 140 escolas técnicas. Nos governos Lula e Dilma, houve a maior expansão da história da Rede Federal, formada por IFs, Centros Federais de Educação Tecnológica, Escolas Técnicas Vinculadas às universidades e pelo Colégio Pedro II. Foram 422 campi entre 2005 e 2016. Nesse período, também foram entregues ou incorporadas à rede outras 92 unidades.
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