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Caso Henry: pai de Dr. Jairinho não entrega celular porque aparelho está com PF

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Menino de quatro anos chegou sem vida a hospital no Rio de Janeiro com lesões pelo corpo
Foto: Reprodução

Menino de quatro anos chegou sem vida a hospital no Rio de Janeiro com lesões pelo corpo

Pai do médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), o policial militar e deputado estadual Jairo de Souza Santos, o Coronel Jairo (MDB), não teve seu celular apreendido nesta sexta-feira, dia 26, pela 16ª DP (Barra da Tijuca). A polícia fez buscas e apreensão nas casas onde a mãe do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, que morreu no dia 10, e de Dr. Jairinho, que era padrasto da criança, estavam hospedados. O parlamentar alegou ao delegado Henrique Damasceno, titular da distrital, que o aparelho já havia sido levado por agentes da Polícia Federal durante a operação Furna da Onça, uma das fases da Lava Jato no Rio, em 2018, quando foi preso.

Coronel Jairo foi quem abriu a porta para Henrique e outros dois policiais da 16ª DP. Na madrugada da Furna da Onça, em novembro de 2018, ele se internou em um hospital particular na Barra da Tijuca, onde foi preso suspeito de participação no ‘mensalinho’ da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Segundo o Ministério Público Federal, o esquema movimentou R$ 54 milhões em pagamentos para que deputados votassem com o governo.

De acordo com as investigações, a organização criminosa, chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral, pagava propina a vários deputados estaduais, de modo que patrocinassem interesses do grupo criminoso na Alerj. O “mensalinho” era resultado de sobrepreço de contratos estaduais e federais. De forma ilícita, os parlamentares eram beneficiados ainda com o loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do estado, como o Detran, onde poderiam alocar mão de obra comissionada ou terceirizada.

A busca e apreensão feita pela 16ª DP na sexta-feira ocorreu em três endereços ligados a familiares do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, morto na madrugada do último dia 8. Na casa de coronel Jairo — onde mora atualmente Jairinho, padrasto da criança, sua mãe e sua irmã — foram encontrados cinco celulares e um laptop. Todos estavam dormindo, esboçaram surpresa com a presença dos agentes e concordaram em fornecer as senhas para desbloqueio dos aparelhos.

Houve diligência ainda na casa da família da professora Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe de Henry, onde, além dela, estavam sua mãe, também professora, seu pai, um funcionário civil da Aeronáutica, e seu irmão. No local, foram apreendidos quatro celulares. Todos estavam dormindo, ficaram surpresos e também concordaram em fornecer as senhas para desbloqueio dos aparelhos.

Também foi apreendido o telefone e o computador do engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai de Henry, em uma cobertura na Estrada do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. As medidas cautelares foram deferidas pela juíza do II Tribunal do Júri, que também concedeu a quebra de sigilo telefônico e telemática das testemunhas, a interdição do imóvel onde Henry morava com Jairinho e Monique e a permanência de uma viatura da Polícia Militar 24 horas no local de modo que a Polícia Civil conclua os trabalhos de perícia no apartamento.

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De acordo com o laudo de necropsia, o menino sofreu hemorragia interna e laceração hepática e seu corpo apresentava lesões como equimoses, hematomas, edemas e contusões. Em depoimento, Monique contou assistir uma série na televisão com Jairinho na sala do apartamento em que o casal morava com Henry, no condomínio Majestic, no Cidade Jardim, quando, por volta de 3h30, encontrou o menino caído no chão do quarto, com mãos e pés gelados e olhos revirados. A professora disse acreditar que o filho possa ter acordado, ficado em pé sobre a cama e de desequilibrado ou até tropeçado no encosto da poltrona.

Jairinho confirmou as informações prestadas por Monique aos policiais. Ele contou ter dormido após tomar três medicações que faz uso há cerca de dez anos e, ao ser acordado pela namorada, foi urinar. Com os gritos da moça, ele disse ter caminhado até o quarto. No local, o vereador diz ter colocado a mão no braço de Henry e notado que o menino estava com temperatura bem abaixo do normal e com a boca aberta, parecendo respirar mal.

Ele disse que acreditou que Henry havia bronco-aspirado, mas seu quadro evoluía mal, já que no caminho para o hospital não respondeu à respiração boca a boca nem aos estímulos feitos por Monique. Jairinho contou que, apesar de ter formação em Medicina, nunca exerceu a profissão e a última massagem cardíaca que realizou foi em um boneco, durante a graduação.

O casal levou Henry a emergência do Hospital Barra D’Or, mas de acordo com as três médicas pediátricas que o atenderam, o menino já chegou morto a unidade de saúde e com as lesões descritas no laudo de necropsia. Até o momento, a Polícia Civil já ouviu 15 testemunhas do caso, incluindo parentes, vizinhos e funcionários da família.

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