O Ceará retornou as atividades com o Futsal Adulto na temporada 2019 e desde então o clube já venceu duas vezes o Campeonato Cearense (2019 e 2020) e uma Copa Nordeste (2019), além de ter chegado à final da Copa do Brasil (2020) e ficado com a segunda colocação.
A partir da retomada, Bruno Lambão defende as cores do Mais Querido nas quadras. Titular absoluto do Ceará ao longo das temporadas 2019 e 2020, e com acerto até o final deste ano, o goleiro conversou com o site oficial do clube e comentou sobre seu lado torcedor, sua trajetória no futsal, as referências que o levaram a atuar como goleiro e sobre seu futuro. Confira agora a entrevista exclusiva com o camisa 1 do Vozão nas quadras.
cearasc.com – Como foi para você o acerto com o Ceará, ainda na temporada 2019?
Bruno Lambão – Em 2019 eu tinha perdido minha mãe de uma forma muito rápida. O Ceará apareceu na minha vida no momento mais conturbado da minha carreira e me salvou como pessoa. Eu estava passando por um momento bem difícil como pessoa e a chance de jogar pelo Ceará surgiu pra cobrir essa lacuna, porque o clube me deu a oportunidade de trabalhar e me sentir mais vivo. Sempre foi um sonho meu e da minha mãe jogar no Ceará, ela dizia que um dia ia me ver vestindo essa camisa. Todo mundo sabe que eu sou torcedor do clube e hoje eu me sinto muito feliz.
cearasc.com – Como vem sendo o trabalho do Ceará ao longo desses dois anos de atividades no futsal?
BL – O Ceará sempre teve tradição na cena do futsal local, já foi tricampeão no início dos anos 2000. A diretoria do clube vem acreditando no projeto e vem dando todo o suporte necessário pra gente se preocupar apenas com o nosso trabalho dentro da quadra, e isso é refletido nos resultados. Ano após ano a diretoria vem investindo e reforçando o material humano pra deixar o clube cada vez mais competitivo.
cearasc.com – Você além de ser um goleiro que se destaca debaixo das traves, também faz gols. Como é esse seu lado artilheiro?
BL – Eu sempre fui um cara que gostou de atuar com os pés, desde criança. Tenho certa facilidade e meus treinadores foram me incentivando ao longo da minha carreira pra evoluir nesse quesito. O Paulinho (preparador de goleiros) trabalha isso comigo diariamente, quando aparece a oportunidade eu arrisco, já tive o prazer de fazer 4 gols com a camisa do Ceará, e tenho outros por alguns clubes.
cearasc.com – Esse é teu melhor momento técnico como atleta?
BL – Acredito que sim. A experiência que eu adquiri na minha carreira me faz tomar decisões nos jogos que me colocam em uma situação mais cômoda na partida. Eu procuro sempre aprender com os erros até porque eu defendo o gol de um clube grande, que tem uma torcida enorme e apaixonada que sempre nos cobra pra tá em alto nível.
cearasc.com – Quem são suas referências na posição?
BL – Eu trabalhei com muita gente boa e assisti vários goleiros bons, mas três se destacam. O Lavoisier é um cara que eu vi atuando e que me fez querer ser goleiro, o que ele fazia debaixo das traves era algo que enchia os olhos. O Tiago, com quem eu tive o prazer de jogar uma Liga Nacional pelo Brasil/Kirin, também é uma referência que eu tenho. Além de ser muito técnico, ele passava uma segurança e um nível de concentração que chegava a assustar. E o Facó é um cara que influenciou também a atuar com os pés, sem dúvida esses três goleiros são inspirações na minha carreira.
cearasc.com – Após esses anos todos você já pensa no que fazer quando encerrar a carreira?
BL – Eu gosto demais de futsal, é minha vida, não tem jeito. Eu ainda não parei pra pensar nisso, ainda acho que consigo atuar mais uns 4 ou 5 anos em alto nível, gostaria de continuar trabalhando com a modalidade, não sei ainda se como gestor ou preparador de goleiros, mas pretendo continuar envolvido nas quadras de alguma forma.
cearasc.com – Como torcedor, qual a maior lembrança que você tem do Ceará nas arquibancadas?
BL – Eu sempre fui pros jogos, do campo e da quadra. Fui a vários clássicos no Paulo Sarasate e no Castelão, tenho várias alegrias com o Vozão, mas uma em especial me marcou muito: o gol do Everson contra o Corinthians, na Série A de 2018. Eu estava na arquibancada, exatamente atrás do gol. Vi tudo de muito perto, eu sabia que ele ia fazer o gol. Foi muito bom acompanhar aquele momento e sem dúvida é algo que vou levar pra sempre na minha memória de torcedor.
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