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Brasília se transforma na capital da “noiva caipira”
Noivas Juninas do Amazonas, Ceará, Sergipe, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Norte, Acre, Alagoas, Piauí, Goiás, Rio de Janeiro e Distrito Federal estão sacudindo Brasília durante o 7º Encontro Nacional de Noivas Juninas do Brasil. O evento é organizado pelo Grupo Noivas Juninas do Brasil, que reúne 48 noivas juninas, e tem como objetivo trocar experiências sociais, econômicas e culturais, vivências e fortalecer o movimento junino por meio de alegria e união.
A abertura do encontro aconteceu nesta sexta-feira (5) e contou com a presença da secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, do administrador Regional de Samambaia, Gustavo Aires, líder comunitária Regininha, a presidente do Grupo de Noivas Juninas do Brasil, Cida Salles, e as noivas juninas.
Para Vanessa Mendonça, os festejos juninos permitem a conexão dessa tradição de um estado com o outro e isso faz com que o visitante venha para Brasília para poder ter uma experiência diferente.
“Brasília está sendo a capital dos festejos juninos. Nesse período, esse grupo vai vivenciar o turismo de experiência, gastronômico, arquitetônico, cívico e o cultural. Receber um grupo tão heterogêneo representa uma troca de experiência entre as cidades que fortalece o turismo. por meio desse visitante que vem aqui para poder vivenciar esse intercâmbio de cultura, de arte, de tradição. Isso é o turismo, conectar pessoas, fazer com que as pessoas se desloquem para conhecer uma nova cidade por meio de uma experiência”, declarou a secretária Vanessa Mendonça.
O administrador Gustavo Aires afirmou que Brasília é a capital da diversidade, da cultura, da agregação e do acolhimento. Nesse sentido, reconheceu que Vanessa Mendonça com o apoio do governador Ibaneis Rocha tem apresentado a capital para os Brasileiros e para o mundo. Além disso, reiterou a alegria em receber as noivas juninas e poder divulgar que Brasília é muito mais que política.
“Somos uma cidade feita por pessoas de todos os cantos do país que vieram aqui para construir e deixaram seus legados, culturas e vivências, que até hoje são cultivadas. Temos tradição nos festejos juninos, eu tenho muito orgulho em saber que este encontro de noivas representa a luta pela permanência do movimento junino. Parabéns a todos”, finalizou o administrador.
Programação
Para recepcionar o grupo, a Secretaria de Turismo do DF (Setur-DF) e o Grupo Noivas Juninas do Brasil preparam uma programação especial para que cada uma delas leve Brasília no coração. A primeira surpresa aconteceu logo no desembarque, uma equipe da Setur-DF fez o receptivo com a entrega de kits e fotos em backdrops (painéis) exclusivos. Na lista de surpresas há ainda city tour, passeio de barco, ida ao Balancéu (balanço gigante disponível ao público em uma área rural do DF) e muita cor e alegria.
O city tour aconteceu na manhã deste sábado e proporcionou ao grupo um passeio que começou na Igrejinha de Fátima e na Quadra Modelo de Brasília, na 308 Sul, e passou pelo Conjunto Cultural (Biblioteca Nacional e Museu Nacional da República), Catedral Metropolitana, Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes. Nesses lugares, as visitantes puderam conhecer a história por trás de cada um deles, tirar fotos, dançar e cantar, tudo com muita alegria e gratidão.
Para a amazonense Iolanda Dias, que participou das edições anteriores no Ceará, Manaus e Salvador, os encontros sempre superam todas as expectativas. “É um momento muito especial, uma troca, um intercâmbio cultural gigante. Conhecemos histórias e realidades diferentes. A história da quadrilha junina gira em torno do casamento, por isso, a noiva é a figura mais importante e influente. Esse encontro está realmente sendo muito mais do que a gente imaginava, esse carinho da Secretaria de Turismo é inédito, que faz a gente se sentir muito importante”, afirmou.
A baiana da Ilha de Itaparica, Vitória César, é noiva há cinco anos e este é o quarto encontro do qual participa. Para ela, a reunião do grupo por si só acontece sempre com muita alegria e expectativa alimentada por um ano inteiro. “No entanto, em Brasília está sendo tudo muito diferente e maravilhoso. É a primeira vez que estamos recebendo o suporte do governo local e está fazendo toda a diferença. Mostra cuidado com a gente. Parece pouco mas representa muito para todas nós. Brasília já está no meu coração”, disse Vitória
Casamento para valer
Como Brasília é uma cidade única, tudo o que acontece por aqui é especial e fica marcado para sempre. Assim, pela primeira vez na história, o encontro nacional de noivas será palco de um casamento de verdade. A presidente do Grupo de Noivas Juninas do Brasil, Cida Salles, escolheu a capital federal para selar a união com o noivo real Marcelo Campelo. O casamento aconteceu no dia da abertura oficia do 7º Encontro Nacional de Noivas Juninas do Brasil (5).
“Eu fundei o Grupo de Noivas Juninas do Brasil. Elas são minha família, minhas melhores amigas. E no ano passado quando eu e Marcelo decidimos nos casar, falei: vamos casar no encontro e em Brasília! Foi um sonho realizado, foi lindo e emocionante! Além disso, a capital é uma cidade significativa para o movimento junino e para os pleitos que temos. Aqui está sendo um divisor de águas para o Grupo de Noivas Juninas, estamos saindo muito mais fortalecidas”, disse a presidente Cida Salles.
Tradicionalmente, os encontros aconteciam no mês de maio, antecedendo os grandes festivais de quadrilhas juninas em todo o país. Após o intervalo de um ano do evento, em função da pandemia, o grupo decidiu fazer no mês de novembro e a data agradou. Cada noiva que participa da reunião é responsável pelo pagamento da passagem aérea do destino até a capital anfitriã e pelos gastos com hospedagem e alimentação.
Esse custo representa a economia de um ano inteiro, pois tudo que envolve os acessórios e as roupas das quadrilhas juninas é bastante oneroso. Para a noiva junina, principal personalidade do festejo, o gasto é ainda maior.
A noiva junina de Capela (SE), Crislane Santos, contou da necessidade de cada uma se organizar e se preparar financeiramente pro evento. “A gente fica um ano juntando dinheiro para participar dos encontros. É maravilhosa a troca de experiência, a confraternização. Sempre acontece algo novo. Este ano estou realizando um sonho! Certo ano fiz até rifa para conseguir participar do encontro, em outro deixei de comprar uma televisão. Estar aqui é uma realização pessoal, está sendo mais que maravilhoso”, disse a representante de Capela
A baiana de Salvador, Valdeci Luzia, desembarcou pela primeira vez no Aeroporto Internacional de Brasília para estada na cidade. “Estou muito ansiosa para conhecer a capital, pelo encontro, por tudo. A gente esperou um ano para estarmos aqui. Eu danço quadrilha desde 1996 e sou noiva junina há 9 anos.
É uma longa trajetória, mas a cada ano é sempre um aprendizado. Para a gente que é do nordeste vê que Brasília tem quadrilhas juninas e a forma como ela faz, para nós, é surpreendente e chamou muito a nossa atenção. Vai ser muito bom conhecer essa cultura de perto, ver como eles se comportam, está sendo um encontro muito esperado e num local que está se estabelecendo como um dos melhores de quadrilha junina do Brasil”.
As tradicionais festas juninas, que representam a segunda maior manifestação cultural do país, ficando atrás somente do carnaval, constituem a principal fonte de renda para a maioria dos trabalhadores desse segmento. Em Brasília, que tem ampla influência nordestina, elas ganharam ainda mais destaque e hoje são reconhecidas nacionalmente.
Dessa forma, existem cerca de 50 grupos constituídos em organizações de quadrilhas juninas do DF e Entorno. O 7º Encontro Nacional de Noivas Juninas do Brasil vai acontecer na Chácara Manacá em Samambaia, que acolhe o grupo Si Bobiá a Gente Pimba, que venceu o 19º Circuito Brasileiro de Quadrilhas Juninas, em 2019.
* Com informações da Setur
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