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Saúde

 Atraso na fala: saiba quando procurar ajuda médica

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Ministério da Saúde aponta que 12% das crianças brasileiras de até cinco anos têm suspeita de atraso no desenvolvimento da fala

O desenvolvimento da fala é um acontecimento da infância muito esperado pelos pais. Entretanto, o Ministério da Saúde alerta que 12% das crianças brasileiras de até cinco anos têm suspeita de atraso no desenvolvimento. O fato pode ser apenas uma característica do desenvolvimento da criança, mas pode também ser sinal de um transtorno do neurodesenvolvimento, seja isolado da linguagem ou associado a outras condições, alerta a médica otorrinolaringologista pediátrica Juliana Caixeta.

“A criança que apresenta atraso na fala é aquela que não cumpre com os marcos de desenvolvimento de linguagem para sua idade. Pode ser que essas habilidades estejam se desenvolvendo em um ritmo mais lento, acarretando dificuldades na criança de se expressar ou compreender os outros”, explica a otorrinolaringologista pediátrica.  

Algumas crianças podem falar as primeiras palavras já aos oito ou nove meses de idade, mas é comum que elas pronunciem as primeiras palavras até os 15 meses de idade. “Da mesma forma que a criança que fala um pouco mais cedo é considerada normal, a que fala um pouco mais tarde, também, desde que respeitados certos limites”, destaca Juliana Caixeta. 

A médica informa que esses limites são os chamados marcos do desenvolvimento infantil. “Eles são indicadores de tempo para as habilidades que as crianças adquirem durante o crescimento, como o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e emocional”. O marco estabelece que até um ano e meio de idade, ou seja, até os 18 meses, a criança já tem que estar falando pelo menos as primeiras palavras. 

“Se o seu filho tem um ano e meio ou mais e ainda não fala absolutamente nada, isso já pode ser considerado um atraso no desenvolvimento, então esse é o momento de procurar a ajuda de profissionais especializados como otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos para fazer uma avaliação e entender o que pode estar acontecendo com essa criança”, alerta Juliana Caixeta. 

As causas mais comuns do atraso na fala estão relacionadas a fatores como deficiência auditiva; transtorno do espectro autista; deficiência intelectual e apraxia de fala da infância. Mas, existem alguns fatores considerados de risco para a ocorrência do atraso de linguagem. 

“Crianças com prematuridade, baixo peso ao nascer; histórico familiar de deficiência auditiva, internação em UTI no período neonatal e infecções graves com uso de antibióticos que causem perda auditiva e icterícia grave, devem ser monitoradas de perto para deficiência auditiva”, orienta a otorrinolaringologista pediátrica.

SINTOMAS E CUIDADOS

Os sintomas específicos de atraso na fala variam muito, mas os mais comuns incluem não balbuciar por volta dos 15 meses; não falar frases simples e com duas palavras até os dois anos; não falar frases aos três anos ou, com essa mesma idade, não for compreendida por um adulto fora de seu círculo de convívio. Também são sintomáticos a dificuldade para seguir instruções; a pronúncia ou articulação pobre e repetir sons sem função, como expressões, apenas como uma imitação.

Juliana Caixeta destaca que é sempre importante avaliar se o atraso é exclusivo da linguagem ou se existem outras alterações. “Uma criança que apresenta interação social pobre, sorri pouco e não olha quando é chamada deve prontamente ser avaliada, da mesma forma crianças com atraso motor, com dificuldades para sentar sem apoio ou ficar de pé também devem ser examinadas com urgência”, acrescenta a médica. 

Após realizar uma avaliação médica completa, a primeira coisa a se fazer é a avaliação audiológica da criança por meio de exames específicos. “A avaliação e a terapia fonoaudiológica também são fundamentais nesse processo, uma vez que a criança tenha audição normais” explica a médica. 

A partir do momento em que se identifica o atraso na fala, o médico irá orientar quais são os tratamentos mais adequados. “O tratamento depende da causa e frequentemente envolve o tratamento fonoterápico”, explica a otorrinolaringologista pediátrica. 

A linguagem tem um tempo para se desenvolver de forma adequada. “É importante que os cuidadores saibam que em casos de atraso na fala a intervenção precoce é imprescindível para que a criança não fique prejudicada, por isso é crucial procurar ajuda assim que o problema é detectado”, explica a médica Juliana Caixeta.  

Redação/Assessoria

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