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Arborização para proteger as abelhas do cerrado

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O local, batizado de Bosque das Abelhas, está sendo construído a partir do plantio de espécies do cerrado para que os insetos possam se desenvolver em seu ambiente natural Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Um corredor ecológico de 45 mil árvores, com extensão de 10 quilômetros, que se inicia no Parque da Cidade passa pelo Sudoeste e vai até o Parque Nacional de Brasília com o objetivo de preservar as abelhas nativas.

Essa é a proposta do Instituto Abelha Nativa, que com o apoio do Governo do Distrito Federal, de voluntários e outras entidades parceiras prossegue neste sábado (23) com o plantio de mil mudas do cerrado, em frente ao estacionamento 4 do maior parque urbano da América Latina.

“Desde novembro, seguimos com a proposta de construirmos no Parque da Cidade o ponto de partida para preservar as abelhas do cerrado”, explica Luiz Lustosa, presidente do instituto e da Federação de Meliponicultura do DF.

O local, batizado de Bosque das Abelhas, está sendo construído a partir do plantio de espécies do cerrado para que os insetos possam se desenvolver em seu ambiente natural. “Aqui teremos cedrinho, jatobá, ipês, barrigudas, aroeiras, alecrim do campo, jenipapo… Serão mais de 30 tipos de mudas diferentes”, completa.

“Desde novembro, seguimos com a proposta de construirmos no Parque da Cidade o ponto de partida para preservar as abelhas do cerrado”, explica Luiz Lustosa (de blusa branca), presidente do instituto e da Federação de Meliponicultura do DF | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Quando completarem o plantio do bosque, o grupo vai avançar para as proximidades do Instituto de Meteorologia (Inmet), no Eixo Monumental. “A ideia é mantermos uma linha até a Água Mineral. Nossa proposta é criar um corredor com espaçamento de menos de um quilômetro entre os bosques, pois assim, as abelhas poderão migrar sem dificuldade. Teremos o maior corredor de abelhas do mundo”, avalia Lustosa.

Administrador do Parque da Cidade, Silvestre Rodrigues, está empolgado com o projeto e acredita que a iniciativa vai trazer mais um ponto turístico para o DF. “Vai ficar muito bonito. Quando as árvores estiverem florindo aqui no parque, naturalmente, vão aparecendo as abelhas nativas e elas vão ajudar a polinizar as espécies e tudo ficará ainda mais bonito”, prevê. “E melhor, sem perigo para ninguém já que essas abelhas nativas não têm ferrão e podem conviver em segurança com as pessoas”, completa.

Rodrigues afirma que todo o governo, por meio de secretarias e empresas públicas como a Novacap, vê com bons olhos a iniciativa. “Estamos apoiando com insumos, maquinário e até o caminhão pipa de água para regar”, enumera. “No futuro, pensamos na possibilidade de construirmos mesas e bancos para que as pessoas possam contemplar o bosque”.

No local, que possui mais de mil metros quadrados, a previsão é plantar mais de duas mil mudas. O plantio é feito de forma a transformar o descampado numa área fechada de mata do cerrado. “Estamos trabalhando para promover a recuperação dos lençóis freáticos, trazer mais qualidade ao solo e, adensar as espécies conforme encontramos na natureza”, explica João Bruno Medeiros, representante do Projeto Florir, uma das entidades parceiras da implantação do Bosque das Abelhas.

“É uma forma de reproduzirmos aqui o ambiente natural que as abelhas gostam para se reproduzir. Porque, só assim, vamos manter a natureza viva para outras gerações”, arremata o ambientalista.

Voluntariado

A criação do espaço mobiliza mais de 80 voluntários. A bióloga e moradora do Cruzeiro, Tatiana Lopes, 33 anos, levou a família toda para ajudar na ação. “Estamos aqui para ajudar na preservação das abelhas, que são tão importantes para o equilíbrio do meio ambiente”, explica.

“Me inscrevi no portal e já trabalhei no zoológico e também no Ibram (Instituto Brasília Ambiental) em ações voltadas à preservação do meio ambiente”, explica a biológa Tatiana Lopes | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Acompanhada das filhas, Alana e Eliza, e do marido, o militar Gustavo Hidelbrando, 34 anos, a bióloga se envolveu na missão a partir do Portal do Voluntário, da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus).

“Me inscrevi no portal e já trabalhei no zoológico e também no Ibram [Instituto Brasília Ambiental] em ações voltadas à preservação do Meio Ambiente”, explica.

A assistente social, Valéria Lopes, 36 anos, também participação das ações voluntárias de plantio. “Meu objetivo é aprender mais sobre as abelhas e as árvores nativas do cerrado para reproduzir o ambiente adequado lá em casa”.

Moradora do Jardim Botânico, a servidora pública conta que o trabalho manual com a natureza serve até como terapia. “Estar em contato com o meio ambiente é algo gostoso de fazer e por isso, tenho estimulado isto com meus filhos”.

Quem quiser participar das ações podem acessar o site do Portal do Voluntário ou mesmo entrar em contato com o Instituto Abelha Nativa.

Fonte: Governo DF

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