Inca alerta para risco da fumaça das queimadas à saúde
O Brasil enfrenta um cenário crítico de queimadas e incêndios florestais em 2024, com 11,39 milhões de hectares afetados até agosto, segundo dados do Monitor do Fogo Mapbiomas. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) emitiu um alerta sobre os riscos à saúde causados pela fumaça, que pode resultar em um aumento significativo de casos de câncer nas próximas décadas.
A epidemiologista Ubirani Otero, chefe da Área Técnica Ambiente, Trabalho e Câncer do Inca, destacou em entrevista à Agência Brasil que a fumaça das queimadas é extremamente prejudicial. "A exposição prolongada à fumaça pode aumentar o risco de câncer respiratório no futuro. A fumaça contém compostos químicos nocivos como monóxido de carbono, metais pesados e hidrocarbonetos aromáticos", explica Otero.
Com os incêndios consumindo grandes áreas, a poluição do ar e a concentração de partículas tóxicas têm causado sérios problemas de saúde, principalmente para crianças, idosos e trabalhadores expostos, como os bombeiros. "A melhor prevenção é reduzir a exposição. Se agirmos agora para minimizar a fumaça, podemos prevenir muitos casos de câncer no futuro", alerta a especialista.
O governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está convocando uma reunião para discutir medidas de combate aos incêndios e mitigar a crise. Além disso, a Polícia Federal investiga se as queimadas têm origem criminosa, com indícios de ações coordenadas.
Medidas recomendadas por Otero incluem evitar sair de casa durante períodos críticos, usar máscaras de proteção, manter a hidratação e realizar a lavagem das narinas. "Devemos também considerar a suspensão de aulas em áreas afetadas para proteger as crianças da exposição prolongada", sugere a epidemiologista.
A especialista também compara a fumaça das queimadas ao tabaco em termos de risco para a saúde, destacando a necessidade de enfrentar esses fatores de risco para prevenir doenças graves no futuro.