Atleta de Senador Canedo é recordista brasileira em três modalidades

Atleta de Senador Canedo é recordista brasileira em três modalidades

Eduarda de Oliveira Cabral tem paralisia cerebral e pratica atletismo de campo há três anos  

A Atleta Eduarda de Oliveira Cabral, de apenas 17 anos, é recordista brasileira em três modalidades do atletismo de campo. Conhecida com Duda, ela desafiou até mesmo a medicina, quando foi desenganada pelos médicos ao ser diagnosticada com paralisia cerebral aos três anos de idade. "Quando nasci, com seis meses, o médico disse para minha mãe ir para casa e aproveitar os meus dias de vida porque eu não resistiria muito tempo. A partir daí eu comecei a lutar pela vida", disse Duda.

No entanto, ela foi além, provando que desde criança teve garra e propósito. E nem mesmo a deficiência a impediu de praticar esportes. Ainda criança, ela praticou hipismo, vela e basquete, sendo convocada para a seleção brasileira, na época.

Mas foi pelo atletismo de campo que ela se apaixonou. Tudo começou em 2019, quando sua família se mudou de Brasília para Senador Canedo. Na época, um dos professores da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEMEL) a viu na escola e fez o convite para participar das aulas do paradesporto. Ela aceitou e, antes mesmo de praticar uma aula, já foi participar do primeiro campeonato e saiu de lá vitoriosa.

“Eu fui para o campeonato, mas não ia competir. Mas, no dia, acabou que o professor pediu para eu competir, sem ter praticado nenhuma aula. Fui lá, dei o meu melhor e sai com o ouro e duas pratas. Foi uma emoção muito grande porque eu não esperava. Cheguei batendo recorde no ano seguinte”, recorda Eduarda.

E, desde então, Duda começou a colecionar muitas vitórias e medalhas. Já somando mais de 25. Além disso, com menos de quatro anos de treino, ela já é recordista brasileira nas modalidades de arremesso de peso, lançamento de dardo e disco ao alcançar números como 4,64 metros, 10,60 metros e 9,36 metros, respectivamente.

Duda já ganhou grandes competições como o Meeting Escolar, em São Paulo, e a Conexão Paralímpica. “O atletismo de campo é tudo na minha vida. O esporte representa superação porque eu preciso aprender a superar o limite do meu corpo. É uma responsabilidade muito grande. A nossa vida muda porque agora eu sou uma atleta e tenho uma equipe e, a partir do momento que a gente tem uma equipe, a gente precisa aprender a lidar com todo mundo”, comenta a atleta. 

Ela lembra ainda como o esporte mudou a sua vida e a ensinou a superar todos os limites.  “Passar de uma adolescente vista pela sociedade apenas como uma adolescente e ser vista como atleta é uma explosão de sentimentos porque as pessoas começam a enxergar como elas tinham que ver antes. O esporte dá essa visibilidade para a gente mostrar que é capaz, independentemente da deficiência. A partir do momento que eu pude mostrar para as pessoas que eu posso fazer o que eu quiser e ter o esporte como um alicerce foi muito bom. Às vezes a gente, que tem deficiência, se prende por medo de ser julgada e, quando eu comecei a ter responsabilidade, percebi que posso tudo, apesar das dificuldades. Eu não tenho mais limites”, completa.