Secretaria do Entorno
Pela primeira vez desde sua criação, o Distrito Federal (DF) registrou saldo migratório negativo. A informação consta em levantamento realizado pelo ObservaDF, núcleo da Universidade de Brasília (UnB), com base nos dados do Censo Demográfico de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apresentado durante reunião do Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Coaride), o estudo mostra uma mudança no padrão de mobilidade populacional. Segundo o levantamento, moradores do DF têm se deslocado para municípios da Região Metropolitana do Entorno (RME), como Valparaíso, Águas Lindas, Novo Gama e Luziânia, atraídos por melhores condições de moradia e custo de vida.
Historicamente, o fluxo migratório era em direção à capital federal. Atualmente, no entanto, a RME surge como uma alternativa de moradia e desenvolvimento. A região reúne cerca de 1,2 milhão de habitantes e tem atraído novos moradores em razão da ampliação de serviços públicos.
O estudo também alerta para a urgência de reavaliar os investimentos em mobilidade urbana. Apesar dos avanços, o transporte público continua sendo um dos principais desafios enfrentados pelos moradores da região, sobretudo por aqueles que trabalham no DF.
Para enfrentar o problema, o Governo de Goiás defende a criação de um Consórcio Interfederativo de Transporte, com participação do DF e da União. A proposta inclui a gestão compartilhada da mobilidade, ampliação de linhas, renovação da frota e redução de tarifas.
Entre as ações em análise estão estudos para a reativação do trem de passageiros entre Luziânia e Brasília, além de projetos no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para implantação de sistemas de transporte rápido por ônibus (BRT) entre Águas Lindas, Luziânia e a capital federal.
A pesquisa “Cenários Populacionais para o Distrito Federal – Oportunidades e Desafios” pode ser acessada no site oficial da UnB.