Com informações da BBC News
Com a popularidade crescente de suplementos alimentares, a glutamina em pó tem ganhado destaque entre praticantes de atividades físicas e adeptos de uma vida saudável. Amplamente promovida como reforço para o sistema imunológico, sua suplementação, no entanto, nem sempre é necessária, conforme apontam especialistas.
A glutamina é o aminoácido mais abundante no corpo humano, responsável por funções como fortalecimento do sistema imunológico, regeneração de tecidos e cicatrização. Produzida principalmente pelos músculos, ela também é sintetizada em órgãos como fígado, rins e pulmões.
Segundo a nutricionista esportiva Julia Engel, pós-graduada pela UFRJ, a fama do suplemento é baseada no papel essencial da glutamina como fonte de energia para células do sistema imunológico. “A teoria é que aumentar a disponibilidade desse aminoácido poderia melhorar a imunidade, mas não há comprovação científica de que a suplementação traga benefícios para pessoas saudáveis”, explica.
QUANDO A SUPLEMENTAÇÃO É INDICADA?
De acordo com especialistas, a suplementação de glutamina pode ser útil em situações específicas, como queimaduras graves, infecções severas ou treinos de alta intensidade e longa duração. Nesses casos, o organismo pode não produzir glutamina suficiente para atender às demandas aumentadas.
“Durante períodos de estresse físico extremo, a glutamina pode ser usada como fonte de energia por meio da gluconeogênese, especialmente quando os estoques de carboidratos estão esgotados”, aponta Daniela Caetano Gonçalves, professora do Instituto de Saúde e Sociedade da Unifesp.
Mesmo para atletas, Engel ressalta que uma dieta equilibrada, rica em carboidratos, proteínas e gorduras, é suficiente para evitar déficits. “A suplementação só é indicada quando há uma avaliação nutricional detalhada que justifique essa necessidade”, afirma.
ALIMENTAÇÃO COMO PRIORIDADE
Para a maioria das pessoas, manter uma dieta rica em proteínas, com alimentos como carnes magras, ovos, feijões e nozes, é suficiente para atender às necessidades de glutamina. Além disso, estudos ainda não comprovaram os benefícios da suplementação para outros fins, como o tratamento de doenças intestinais ou diabetes.
“A glutamina já foi muito popular, mas, atualmente, sabemos que o foco deve estar na qualidade geral da alimentação e não em suplementos isolados”, reforça Engel.
Assim, antes de investir em suplementos, o ideal é consultar um profissional de saúde para avaliar as reais necessidades do organismo.