1. Investimentos para fortalecer ciência e tecnologia chegam a R$ 26,3 bilhões em dois anos
Agência Gov
Os investimentos nas áreas científica e tecnológica do país bateram recorde. Desde janeiro de 2023, foram contratados mais de R$ 26,3 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para fortalecer a ciência brasileira. A verba supera os valores contratados entre 2020 e 2022, quando, juntando os três anos, os recursos não chegaram a R$ 10,5 bilhões.
O valor investido foi um dos temas abordados pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, durante o programa Bom Dia, Ministra desta quarta-feira (18/12), transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Para articular iniciativas locais e gerar conhecimento sobre a sociobiodiversidade amazônica, a ministra informou que os investimentos do FNDCT no Programa Pró-Amazônia chegam a R$ 3,4 bilhões.
“Nós temos a necessidade de fazer uma política pública na Amazônia que aproveite a nossa biodiversidade e que aquela riqueza possa servir ao seu povo e a sua gente através da bioeconomia. A transição energética é uma necessidade em função das emissões do gás do efeito estufa, porque esse é um compromisso do governo brasileiro, reafirmado agora na COP 29 no Azerbaijão, e nós estamos integralmente nesses desafios. É exatamente na transição energética e na transformação digital que entra também a NIB, a Nova Indústria Brasil, que é liderada pelo vice-presidente (Geraldo) Alckmin. São seis missões e também nosso ministério está nessas seis missões, através desses programas da transição energética, desde o combustível, passando pela formação”, explicou Luciana Santos.
Durante o bate-papo com radialistas de várias regiões, a ministra também falou sobre o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), lançado em julho. O plano prevê R$ 23 bilhões em investimentos até 2028, com recursos de fontes como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e setor privado.
Dividido em cinco eixos (Infraestrutura e Desenvolvimento de IA; Difusão, Formação e Capacitação; IA para Melhoria dos Serviços Públicos; IA para Inovação Empresarial e Apoio ao Processo Regulatório e de Governança da IA), o PBIA tem como objetivo equipar o Brasil com infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento,
Entre os objetivos do plano estão desenvolver modelos avançados de linguagem em português, com dados nacionais que abarcam nossas características culturais, sociais e linguísticas, para fortalecer a soberania em IA e promover a liderança global do Brasil em IA por meio do desenvolvimento tecnológico nacional e ações estratégicas de colaboração internacional.
Uma das ações do plano é o investimento no supercomputador Santos Dumont para o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) que possa atender a demanda de pesquisas na área, tanto pelos centros de pesquisa, como pela iniciativa privada. Esse será um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo, como parte da estratégia de equipar o Brasil com infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento, alimentada por energias renováveis.
“Nós temos o supercomputador mais importante que é o Pegasus, que é da Petrobras. Ele é o mais potente do Brasil. No entanto, é muito focado, naturalmente, na cadeia de petróleo e gás. E nós estamos dando um salto grande no Santos Dumont, que fica em Petrópolis. Em fevereiro o presidente Lula já poderá inaugurar. Chegaram 20 toneladas em três carretas de insumos para o nosso Santos Dumont. Vamos montar uma rede de data centers, e estamos cuidando da formação em inteligência artificial”, afirmou a ministra, citando uma previsão de que o Brasil poderia alcançar um déficit de até 500 mil desenvolvedores de software, caso não exista ações para formar profisisonais.
Luciana Santos falou sobre ações para incentivar a inclusão de mulheres no setor e ciência e tecnologia. A ministra citou o edital Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação, que vai investir R$ 100 milhões ao longo de três anos em 126 projetos aprovados para incentivar a permanência e a ascensão de meninas e mulheres em carreiras dessas áreas. A previsão é de que sejam concedidas entre 4.500 e 5.400 bolsas a meninas e mulheres da educação básica ao doutorado.
Ela também citou o edital do Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência, que investiu R$ 6 milhões para a concessão de bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado no exterior, com o objetivo de aumentar a presença e permanência de mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas na ciência brasileira.