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Amazonas: temendo colapso, cidades vão transferir pacientes para outros estados

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Amazonas
Divulgação/FAB

Aviões da FAB tiveram que transportar galões de oxigênio para suprir hospitais do Amazonas

Municípios do interior do Amazonas vão iniciar nesta segunda-feira (18) a transferência de pacientes com Covid-19 para outros estados do país. A informação foi dada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM). A preocupação é que,  assim como ocorreu em Manaus, falte oxigênio nas unidades de saúde do interior, colocando em risco a vida de pacientes internados.

Em alguns municípios, a  autonomia de oxigênio hospitalar é de apenas 12 horas. Parte das cidades não tem ligação terrestre com Manaus , o que dificulta ainda mais a distribuição de oxigênio hospitalar e outros insumos. O primeiro município a transferir pacientes será Parintins, na divisa com o estado do Pará.

O Amazonas vive, segundo o governo do estado, a  pior crise sanitária de todos os tempos por conta do aumento no número de casos do novo coronavírus e a falta de oxigênio hospitalar para atender aos pacientes. Até agora, a crise afetou mais fortemente a capital, Manaus, que concentra as maiores unidades de saúde do estado e a maior parte dos casos de Covid-19. Há dois dias consecutivos, o número de enterros na capital é superior a 200, superior ao registrado no primeiro pico da doença, entre abril e maio do ano passado.

Neste domingo, por unanimidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) liberou a aplicação da vacina de Oxford, desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford e capitaneada pela Fiocruz, e a CoronaVac , produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Para enfrentar o problema, o governo federal anunciou a transferência de pelo menos 235 pacientes internados em Manaus para sete estados e o Distrito Federal. A medida previa um alívio na pressão sobre a rede hospitalar da capital, onde hospitais privados e públicos estão praticamente lotados. O problema é que o interior do estado também vive um aumento no número de casos da doença.

A situação é mais dramática em municípios como Manacapuru, Itacoatiara, Tefé, Coari e Parintins. Desses, apenas os dois primeiros têm ligação terrestre com Manaus. Segundo o secretário de Saúde do Amazonas , Marcellus Campêlo, os primeiros voos com pacientes do interior para outros estados têm decolagem prevista para a manhã de segunda-feira. Sete pacientes internados em estado grave em Parintins serão transferidos para Belém.

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O governo, segundo Campêlo, ainda pretende organizar mais voos para evacuar pacientes de outras cidades do interior.

Outro município que inspira preocupação é Itacoatiara. A cidade tem 102 mil habitantes e, segundo o secretário, tem 90 pacientes internados precisando de oxigênio hospitalar. No sábado, a Justiça do Amazonas determinou que o governo estadual garantisse o envio de cilindros de oxigênio para a cidade para evitar a morte de pacientes. Em um ofício, o governo do estado chegou a sugerir que o município abrisse valas coletivas diante da possibilidade de um aumento repentino de mortes na cidade.

De acordo com o secretário, a autonomia do município em oxigênio hospitalar é de aproximadamente 12 horas. O abastecimento feito pelo governo precisa chegar antes do fim desse prazo para não pôr em risco a vida dos pacientes.

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