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Política

Após ações arquivadas, Marconi denuncia “Estado policialesco” em Goiás

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Ex-governador concedeu coletiva de imprensa para comentar sobre os casos no TCE-GO e MPGO

 

Em coletiva de imprensa, realizada ontem (20), o ex-governador Marconi Perillo, que teve processos sobre obras rodoviárias e concessão de incentivos fiscais ao setor sucroalcooleiro durante seus mandatos arquivados pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) e Ministério Público do Estado de Goiás de Goiás (MPGO), denunciou o que chamou de um “Estado policialesco”.

“Eu começo me lembrando de um fato que ocorreu comigo há mais ou menos 20 anos. O atual governador do Estado foi ao Palácio das Esmeraldas e me entregou um presente, acho que de aniversário, um livro chamado ‘As 48 Leis do Poder’, com uma dedicatória, inclusive. E ele me recomendou: ‘Leia várias vezes esse livro e aplique tudo que está sendo recomendado por esse livro maquiavélico’”, recordou.

“Como um democrata que sou, um homem com sensibilidade, que tem coração e fé, eu não li uma linha sequer e nem levei adiante as recomendações dele. Eu não tenho dúvida de que, ao longo desse tempo, ele não só leu centenas de vezes, como decorou as 48 leis do poder para realizar, uma vez no poder, todas as formas de maldade e perseguição em relação aos seus adversários”, complementou.

Marconi disse que Goiás se tornou um “Estado policialesco” depois que ele deixou o governo, uma época caracterizada por “um período de paz, democrático, em que havia diálogo total entre todas as forças do Estado, as forças produtivas, de mão de obra, trabalhadores, instituições das mais diversas”.

Na entrevista, o tucano afirmou que procurou “introduzir no Estado um tempo de pacificação, de respeito aos adversários, à Constituição e de muito diálogo e tolerância”. Porém, “de uns anos para cá”, a situação mudou “muito em função das ordens que foram dadas a partir de quem governa o Estado”.

“Não tenho dúvidas disso”, frisou o ex-governador. Marconi também comentou sobre as perdas para o Estado devido a esse caso: “Goiás está perdendo milhares de empregos e bilhões de investimentos em função da insegurança jurídica”.

Ações

O TCE-GO encerrou, por unanimidade, processo a respeito da Tomada de Contas Especial instaurada pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) relacionada a obras de pavimentação de trecho da GO-230 entre Água Fria de Goiás e Mimoso de Goiás. Já o MPGO arquivou, após seguidas derrotas na Justiça, uma série de ações que dizem respeito a benefícios fiscais concedidos ao setor sucroalcooleiro do Estado.

“Há uma indignação muito grande da minha parte pela injustiça que sofri ao longo do tempo, especialmente depois de ter trazido 24 indústrias de etanol e açúcar para gerar mais de 100 mil empregos para o Estado e ter levado como consequência 24 ações de improbidade por conta de promotores, que, na verdade, tinham um único objetivo: macular o meu nome, a minha história, a minha biografia e me perseguir”, afirmou.

“É um absurdo, uma inversão de valores. Você trabalha, trabalha, trabalha, vai à luta, consegue, com dificuldade, trazer as empresas para gerar emprego, para industrializar o Estado. O que você recebe é uma perseguição perversa, implacável, como a que eu recebi. De repente, fica tudo claro e comprovado de que isso nunca deveria ter acontecido, de que essa perseguição não poderia ter razão de ser, e o próprio Ministério Público pede desistência dessas ações todas”, acrescentou o ex-governador.

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