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Expectativa de vida de brasileiro cai quase 2 anos com pandemia, diz Harvard

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Profissionais de saúde trabalhando durante a pandemia no Pará
Pedro Guerreiro / Ag. Pará

Profissionais de saúde trabalhando durante a pandemia no Pará

Os efeitos da letalidade da Covid-19 no Brasil, segundo país com maior número de mortes de Covid-19 no mundo — atrás apenas dos Estados Unidos em números absolutos — levou a uma redução média nacional de 1,94 ano na expectativa de vida do brasileiro ao nascer. A queda é 72% mais acentuada do que nos EUA.

O Brasil registrou na sexta-feira 3.647 mortes por Covid-19, totalizando 348.934 vidas perdidas para o novo coronavírus. A média móvel foi de 2.938 óbitos, 15% maior do que o cálculo de duas semanas atrás.

Os resultados são de um estudo preliminar, liderado pelo Departamento de Saúde Global e População da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, publicado ainda sem revisão de outros especialistas da área. O Departamento de Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também participou da investigação.

De acordo com a pesquisa, nos últimos 20 anos o Brasil havia ganhado cerca de 6,94 anos em expectativa de vida ao nascer. Isso significa que uma pessoa que nasceu em 2019 tinha expectativa de viver quase sete anos a mais do que quem nasceu no final dos anos 90. A alta mortalidade causada pela pandemia, no entanto, fez com que a expectativa de vida ao nascer diminuísse 28%, fazendo com que o país retornasse aos níveis observados em 2013.

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O estudo ainda alerta que a tendência é que a expectativa piore em 2021, uma vez que este ano já foram registrados cerca de 43% dos números totais de mortos de 2020 (em meados de março).

O declínio foi maior entre os homens. Entre os estados brasileiros, o Amazonas foi o mais prejudicado. O ganho de 5,51 anos na expectativa de vida ao nascer conquistado nos últimos 20 anos, foi perdido em 60% devido aos efeitos da Covid-19.

O objetivo da pesquisa é observar o impacto da pandemia na expectativa de vida não só no momento do nascimento, mas também aos 65 anos de idade, uma vez que os idosos foram apontados como as maiores vítimas da pandemia.

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