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Nacional

Na cidade de São Paulo, 43% dos moradores dizem que a qualidade de vida piorou

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Agência Brasil

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Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

Vista aérea da cidade de São Paulo; ao centro, passando por baixo do Masp, a Avenida Nove de Julho

A pesquisa Viver em São Paulo divulgada hoje (21) pela Rede Nossa São Paulo mostra que 43% dos residentes na cidade acreditam que a qualidade de vida piorou ao longo do último ano. Para 27% as condições de vida pioraram um pouco e para 16%, muito.

Para 39%, não houve mudança e 14% acreditam que houve melhora na qualidade de vida.Em relação a 2019, a piora da qualidade de vida era uma percepção de 28% da população paulistana .

A pesquisa ouviu 800 pessoas proporcionalmente distribuídas por todas as regiões da cidade. As entrevistas foram conduzidas pelo Ibope entre 5 de dezembro de 2020 e 4 de janeiro de 2021. ” Houve um aumento grande da sensação de piora de vida . Esse é um dado significativo. Nós temos que estar atentos a ele”, enfatizou o coordenador da Rede Nossa São Paulo, Jorge Abrahão. Ele ponderou, entretanto, que a pandemia de coronavírus deve ter afetado essa percepção.

“É provável que isso tenha um vínculo com esse ano difícil que vivemos. Isso isolou a muitos e gerou muitas dificuldades para outros tantos”, acrescentou.

Apesar do aumento do percentual de pessoas que percebem uma queda no padrão de vida , caiu um pouco, de 64%, na edição anterior da pesquisa, para 60%, neste levantamento, o número de pessoas que deixariam a cidade de São Paulo se pudessem.

Pontos positivos e negativos

A característica mais apreciada da cidade são as oportunidades, qualidade mencionada por 19% dos residentes, seguida pelo mercado de trabalho (14%) e a diversidade de serviços (13%). Entre os aspectos negativos, a violência é a mais mencionada, apontada como o pior da cidade por 31% da população, seguida pela criminalidade (18%) e desigualdade social (11%).

Confiança nas instituições

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O Metrô é a instituição em que a população de São Paulo mais confia , com aprovação de 70% dos moradores da cidade. Na segunda posição está a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), com 57% de citações positivas, seguida pelos conselhos tutelares (51%).

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) perdeu seis pontos percentuais em relação a última pesquisa, e ficou com 36% de aprovação. O sistema de ônibus, administrado pela SPTrans, perdeu 7 pontos desde o levantamento anterior e agora tem aprovação de 44% da população.

A Câmara Municipal é a instituição com pior índice de confiança, citada por 22%. A Prefeitura de São Paulo ficou com índice de confiança de 31%.”Nos últimos 12 anos o Judiciário, a Prefeitura e a Câmara de Vereadores têm uma queda acentuada de confiança. Nós vivemos em uma década em que a política está perdendo confiança”, ressaltou Jorge Abrahão.

Entre os fatos que levam a essa situação, ele apontou a dificuldade das instituições em dar respostas concretas aos problemas da cidade. ” A desigualdade, que nós não conseguimos combater, permanece como uma marca de São Paulo . Como a cidade mais rica do Brasil, São Paulo poderia ser uma referência [no enfrenamento do problema”, exemplificou.

Para a secretaria municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Giannella, a descrença nas instituições é um fenômeno que atinge não só a cidade de São Paulo.

“A gente vive um momento bastante delicado, não só no Brasil, mas no mundo inteiro em relação ao descrédito da política”, destacou. Ela acredita que algumas percepções negativas da população podem ser desfeitas aprimorando a política de comunicação da prefeitura.

A cidade de São Paulo tem um índice baixíssimo de homicídios por habitante, mas a a gente ainda tem a percepção que a criminalidade é o problema”, exemplificou.

Giannella disse ainda que há propostas para focar em bairros e populações menos favorecidas. Segundo ela, a prefeitura deve fazer neste ano um novo censo da população em situação de rua, uma vez que houve mudança significativas nesse quadro devido a pandemia de coronavírus.

A contagem feita em 2019 identificou 24,3 mil pessoas dormindo nas calçadas ou abrigos da cidade.

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